Se você tem um fusca ou pensa em ter um, caso ainda não tenha, essa é uma pergunta comum. Afinal de contas quem não quer deixar o fusca do seu jeito?
Seja com qualquer estilo a seguir, com acessórios de época, modernos, ou mesmo mantendo toda a originalidade há várias maneiras de deixar o seu fusca com a sua cara.
Esta é uma série de matérias que vamos postar aqui pra falar um pouco sobre os processos de manutenção da originalidade ou de personalização e hoje falarei um pouco sobre a manutenção da originalidade.
Mantendo a originalidade
Normalmente, quando nos deparamos com um dono zeloso e que quer manter as características de fábrica, este não mede esforços para conseguir o máximo de originalidade possível e poder (ou não, caso prefira assim) ostentar a Placa Preta para carro de colecionador.
Não é meu intuito falar detalhes de como conquistar a placa preta através dos clubes credenciados ao DENATRAN, pois, há incontáveis fontes de informações, inclusive oficiais, de como proceder. Porém, em poucos lugares mostra-se a dificuldade diária da preparação do carro até a avaliação e emissão do certificado e recepção da placa diferenciada, se não for pelos depoimentos dos próprios donos em seus perfis nas redes sociais ou em conversas informais nos encontros oficiais, casuais, em reuniões, visitas aos amigos, enfim...
VW TL 1975 com placa preta
Conheço poucos amigos que ostentam a placa preta, mas já conversei diversas vezes com alguns deles sobre como e onde conseguiram as peças que faltavam em seus fuscas (sim, encontrar um fusca que esteja completinho é raríssimo! Sempre falta alguma coisa) e acreditem: são muitas histórias interessantes e mesmo hilárias!
VW fusca 1974 com placa cinza mas sem dever em nada a muitos PP
Aos que se aventuram a buscar as peças originais, sem frescura, digo, com a mão na massa, enlouquece em visitas a ferros velhos. Criam verdadeiros mapas com os principais ferros velhos da região e os menores também. Não conseguem ver uma aglomeração de carros velhos encostados com mato ao redor sem parar pra perguntar algo, ou no máximo sem tentar prestar atenção no "conteúdo" exposto ao ar livre pra parar depois.
VW Varianat em um ferro velho às margens da BR 232 em Gravatá
Todos os tipos de negociação também podem ser feitas, desde conversas por trás de um muro com donos de fuscas abandonados, mas que "serão reformados", se acabam ao relento e não são nem tocados, Conversas com doces senhoras viúvas que mantém o carro que serviu à família por anos, mas que não se desfazem pelo amor que teve pelo finado marido. Muitas vezes filhos de donos e netos de donos são colocados na jogada, mesmo que a resposta seja sabidamente um "não está a venda",
VW SP2 encontrado em um ferro velho de Paulista em que o dono "vai reformar".
Restauração de parafusos, porcas, pequenas partes que não se encontram mais, nem tem fabricação nova, nem peças de reposição antigas. Buscas em autopeças de cidades do interior que, eventualmente, podem esconder lá nos fundos da loja aquele estoque antigo de caixas empoeiradas e desgastadas pelo tempo e até solicitação de autorizações jurídicas para entrar em locais fechados em busca de peças de estoque antigo ouvi dizer! Conversei com um colega que precisou comprar um fusca inteiro de um senhor só porque tinha os tapetes originais e depois revender, claro, após apossar-se dos raros tapetes.
Enfim, há donos que não medem esforços para encontrar as peças originais. Quem não quiser ter todo esse trabalho, acaba restaurando o fusca com peças de fabricação atual.