quarta-feira, 21 de outubro de 2015

2º Encontro beneficente dos Amigos da Cobrasília

Neste último domingo, uma ação generosa e de cunho social foi oferecida pelos nossos amigos Adalberto e Naylde e foi recebida com muita festa entre muitas crianças aqui em Recife.

Um encontro de carros antigos onde o foco não foi apenas os carros antigos, essa foi apenas a ferramenta para poder juntar os amigos em uma boa causa e trazer diversão a crianças que necessitam de apoio. Foi um encontro beneficente em que conseguimos arrecadar muitos brinquedos para fazer a alegria do dia das crianças do Movimento PróCriança.

Além dos carros antigos, a festa contou com a apresentação do coral de lá, Pula pula e brincadeiras das antigas animadas por uma palhacinha muito especial!

O evento também teve cobertura da Rede Globo veiculada no Bom dia Pernambuco:



As imagens são registros de alguns grupos e clubes locais:

Agradecimentos ao amigo José Ribeiro do Amigos do fusca de Igarassu que fez estas fotos:


A Cabrita de Alencar ficou lotada de brinquedos!

A turma dos Amigos do Fusca de Igarassu e Amigos da Cobrasília









Nosso outro grande amigo Marcondes Correia também fez alguns registros de lá:





Nós, Cangaceiros, também marcamos presença no evento:






O casal Adalberto e Naylde, organizadores do encontro beneficente







Como o próprio Adalberto falou na entrevista: "De que adianta ter o carro guardado na garagem, tem que botá pra rodar!"

Muito além dos carros, como mencionado anteriormente, é a atitude das pessoas que fizeram as doações e do casal organizador.

Há muitas outras instituições que necessitam de ajuda em nosso estado, na verdade no Brasil inteiro, mas se cada um fizer a sua parte, deixando de lado o orgulho e colocando à frente a caridade, também chamada de amor, teremos um mundo melhor.

Alimentar a vida é fundamental.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O seu fusca do seu jeito (parte 5): Ratlook


Poucos são os adeptos deste estilo tão característico e adverso no universo aircooled, mas não são raros, muito menos pouco saudosistas, pelo contrário, compreender o estilo ratlook em um proprietário de fusca é complexo, mas é muito fácil perceber em seu semblante a sua descarada felicidade quando está ao volante ou mesmo perto do seu carro.


Cultura

À primeira vista é algo bem contraditório perceber tanta satisfação com um carro enferrujado, com a aparência desgastada. ou "desleixada", mas o universo rat vai muito além da aparência do carro, é quase como uma cultura.

Não de relaxamento, mas de simplicidade, de anulação da ostentação, de focar na satisfação em curtir o carro e não de se apegar a pequenos detalhes que acabam por frustrar muitos donos de carros dignos de Placa preta. É ter o carro pra colecionar amigos e histórias. Como muito bem colocado por nossos amigos Templários do Asfalto, "carro parado não faz história".

Nenhum dono ou adepto do estilo vai chegar junto do seu carro pra ditar o que está certo ou errado em termos de originalidade, muito menos criticar a ferrugem que se instala em um canto do carro, ou um amassado na lataria. Pelo contrário, chegam junto pra perguntar que história tem por trás destas marcas, sobre o passado do carro ou do quanto ele curte o carro daquele jeito.

Ter um ratlook não é idolatar o carro, nem tratá-lo como troféu, nem tentar manter ele intocado por todos desejando uma redoma de vidro ou um envólucro à vácuo. É saber viver em harmonia com tudo e com todos, é ter o carro como ferramenta de diversão.


Respeito

E quando me perguntam sobre qual o conceito mais adequado sobre o que significa "ratlook"? A resposta é: Respeito. Respeito à idade do carro, às marcas do tempo, à todas as histórias que o carro carrega consigo, respeito à sua resistência por tantos anos de passeios, lutas, aventuras e outras tantas coisas. E é com base neste respeito que os cuidados devem ser considerados. Cuidados básicos para que ele continue a rodar por muitos anos a mais, com segurança e estilo trazendo sempre mais satisfação.

Muitos são os textos, matérias, artigos e etc que tentam contar um pouco desse universo peculiar e tão cheio de paixão e sentimento por parte dos donos e apreciadores, tentando enumerar as características do estilo, mas tudo se resume à deixar o que é visível como está e cuidar da segurança elétrica, mecânica e estrutural. O bom e velho "Menos é mais", em toda sua simplicidade e beleza.


Características

Em resumo e para melhor identificação, as principais características de um ratlook legítimo são:

. Pintura desgastada pelo tempo (pátina);
. Interior original desgastados pelo tempo (bancos, forrações, volante, etc)
. Estrutura perfeita (chassis, assoalhos, etc);
. Rodas de época ou originais;
. Instalações mecânicas e elétricas em perfeito funcionamento (freios, suspensão, motor, chicote elétrico sem gambiarras, etc);
. Suspensão rebaixada (e/ou com eixo dianteiro encurtado)
. Alguns acessórios de época com igual desgaste; e
. Sorriso na cara do dono (essencial)

Falhas de interpretação

Muita gente confunde um ratlook com um "hoodride", sem saber das origens desse grupo americano surgido nos anos 90. O hoodride surgia com uma contracultura, desvinculando-se da tendência da sociedade em ter tudo do bom e do melhor, focando o anticonsumismo, no modo de viver, de ser e de agir de maneira geral e eram adeptos do estilo ratlook, 

É certo que, dentro dessa filosofia de anticonsumo, os carros mais baratos possíveis que representava bem o movimento era o volkswagen, por ser barato e consumir pouco combustível em comparação aos V8 da época. Os VW a ar eram utilizados considerando o seu sentido de criação: um veículo para as massas, com baixo custo e para transporte, simplesmente. Independementemente do estado de conservação, o importante era chegar ao destino. Com o fim do grupo a imagem dos carros no estilo ratolook ficaram vinculados ao seu nome, gerando a interpretação equivocada.


Outra falha de interpretação é achar que um ratlook é um veículo em péssimo estado de conservação, sem ter uma condição mínima para rodar com segurança. Pensar que qualquer carcaça em um ferro velho pode ser colocado nas ruas e "montar" um ratão. Um ratlook, em essência, não se monta, leva-se décadas para chegar no estado.

Além do fato de ter veículos em péssimo estado de conservação é dispor acessórios de todos os tipos no carro com o intuito de torná-lo único. Alguns acessórios de época realmente fazem parte, mas outros penduricalhos que são colocados no carro sem o menor sentido histórico estão sempre aparecendo em exemplares pelo Brasil. Coisas como cabeças de boneca, vassouras, pranchas de surf (em cidades do interior), cadeiras, freezeres, escadas, extintores de incêndio e muitas outras coisas inusitadas.











Mas não é somente lá fora que podemos perceber verdadeiros ratlook nas ruas, no Brasil temos muitos exemplos, inclusive de grupos que mantém a cultura acesa, como exemplos, o Rustedlive de Curitiba, e o The Ratbugz de São Paulo. E pra quem quiser conhecer mais sobre o estilo ratlook, o Ratvolks é um fórum nacional com foco no assunto.

Em terras pernambucanas temos o nosso amigo Alencar proprietário do Queniano, um 68 com todas as suas características originais e marcas do tempo, buscado das bandas do Paraná e agora rejuvenescendo para logo ganhar as estradas do Brasil.
Antes

Durante

Depois

Esse é um assunto que está sempre em pauta, sempre com muitas interpretações diferentes. Aqui está sendo colocada a essência do estilo ratlook, a partir do ponto de vista dos Cangaceiros VW.